ACTAS  
 
9/1/2008
Sessão formal de Abertura
 
João Marques
- Bem vindos à melhor iniciativa de formação de quadros políticos portugueses.

Quando me pediram para fazer aqui uma intervenção, pensei no que iria dizer, achei melhor falar-vos do que senti na altura, em que também estive aí, que foi no ano passado. Também fui aluno como vós, este ano sou caloiro mas nas funções de conselheiro. E estava a pensar exactamente naquilo que eu senti quando estava aí, nas minhas expectativas. Na viagem para cá vim a falar com um amigo meu, que também era aluno nesse ano, e pensávamos nós: como é que será aquilo? Universidade de Verão, 7 dias, aquilo é bom, é mau, como é que será? 7 dias a falar de política, valerá a pena? E entretanto, conjecturámos: quais são as coisas que veremos, o que é que nós gostaríamos, como é que idealizamos a UV? E chegámos mais ou menos a um cenário perto do ideal, pensávamos nós.

Bom, o que é certo é que chegámos aqui, e para nossa grande surpresa fomos absolutamente obliterados nas nossas expectativas. Foi, sem dúvida, a melhor organização onde estivemos presentes. Foi extremamente importante na nossa formação. Acho que crescemos como homens para além de crescermos como políticos. Nunca pelas nossas mentes passou a hipótese de estarmos perante pessoas com a craveira o nível intelectual, o nível de cumplicidade e interactividade que conseguimos.

Nós fazíamos perguntas e não desdenhavam delas, respondiam-nas frontalmente, discutíamos os problemas. Isso para nós foi, como direi, um sopro de frescura na maneira como vivíamos a política.

Foi muito bom falar com os oradores, foi extremamente importante participar na Universidade de Verão, mas ela nunca se faria sem uma nota essencial, que é o companheirismo.

Vocês vão estar aqui uma semana juntos, vão estar reunidos em grupos, vão ter eventualmente as vossas tropelias, vão ter problemas e vão ser convidados a enfrentá-los e a ultrapassá-los. Mas esse será o grande teste pelo qual vão passar: saber trabalhar em grupo. Na política como na vida, é uma questão essencial, saber tirar o melhor de cada um de vocês, será o resultado do esforço que farão aqui na Universidade de Verão. Tenham em atenção, quando se diz que a união faz a força, aqui é mesmo verdade. Se quiserem ultrapassar os obstáculos que vos serão postos, se quiserem alcançar os objectivos que terão, não tenham a mínima dúvida, só o conseguirão efectivamente e com alguma rapidez se o fizerem em grupo. Nunca se esqueçam disto.

É claro que falando da Universidade de Verão temos que falar numa organização primorosa. Vocês já estão a reparar que há aí milhentas coisas que provavelmente não esperariam, uma organização impecável desde o início, desde a vossa chegada até aqui, e verão durante a semana que será extraordinário.

Mas, para além disto tudo, para além da força do Carlos Coelho , para além da força da organização, para além da força dos oradores, para além da excelência dos conteúdos, não se esqueçam, a lição fundamental é conseguir tudo num espírito de união, com sentido de missão , mas com espírito de grupo. Não se esqueçam dessa que será a grande mensagem com que sairão daqui da Universidade de Verão.

Com isto quero terminar dizendo que espero que esta seja a melhor Universidade de Verão de sempre, espero que percebam que estamos aqui para vos ajudar, que usem e abusem de nós, que é para isso que cá estamos, não tenham dúvidas em perguntar-nos, em questionar-nos sobre quaisquer matérias, sobre quaisquer dúvidas que venham a ter.

Nós estamos aqui para vós e por vós. E esperemos que saiam daqui com a mensagem com que eu saí e outros saíram, para que outros como vocês regressem nos próximos anos.

Tendo dito isto, desejo-vos uma excelente semana, uma grande Universidade de Verão e que esta seja a melhor Universidade de Verão de sempre.

Espero que gostem. Entretanto convido-vos a verem um pouco daquilo que eu vivi e outros alunos viveram no ano anterior, através deste vídeo que vamos passar a mostrar.

Muito obrigado.

Vídeo

Entre 27 de Agosto e 2 de Setembro de 2007 na pacata cidade alentejana de Castelo de Vide , realizou-se a Universidade de Verão 2007. Pela quinta vez, o PSD, a JSD e o Instituto Francisco Sá Carneiro, organizaram uma Universidade de Verão cujo director foi o Deputado Carlos Coelho.

Os 100 participantes foram seleccionados de entre candidaturas apresentadas em todo o País , com base no mérito, assegurando o equilíbrio entre os sexos, entre as idades e as proveniências geográficas.

Os participantes foram distribuídos em 10 grupos identificados por cores diferentes, a que correspondiam estandartes com o símbolo da Universidade de Verão. O símbolo da Universidade foi concebido por Júlio Pisa. No Hall da entrada do Hotel um símbolo gigante assinalava que aí decorria a Universidade de Verão 2007.

À chegada cada participantes recebeu um cartão com a cor do seu grupo e uma pasta de documentação, onde entre outros documentos constavam as regras da Universidade de Verão, os cartões de voto e o livro “Quem é quem?”, onde cada participante como também os membros da organização, responderam a um conjunto de perguntas, fazendo o seu retrato falado.

A estrutura da Universidade dividiu-se em conferências temáticas, jantares debate com personalidades e grupos de trabalho.

As personalidades convidadas foram: Leonor Beleza, Luís Valadares Tavares, Paulo Mota Pinto, Teresa Morais e Vasco Graça Moura.

Os conferencistas foram: Vítor Gaspar, participação na área do Euro; João Joanaz de Melo, Ambiente, peça chave do desenvolvimento; Luís Marques Guedes , O Estado visto por dentro; Carlos Coelho , Globalização – o novo mundo em que vivemos; Miguel Maduro, Paixão e Razão no processo de construção europeia; Joel Hasse Ferreira e Miguel Frasquilho, Baixar os impostos, sim ou não; Marcelo Rebelo de Sousa, Os dez mandamentos em Democracia; e, Rodrigo Moita de Deus, Falar claro.

Todos eles produziram intervenções por vezes apoiadas em apresentações audiovisuais, e responderam a perguntas dos participantes. Os trabalhos de grupo eram publicados no JUV, o Jornal da Universidade de Verão. Pequenas entrevistas com cursos como “Eu achei curioso que”, e uma pergunta a uma personalidade, eram diariamente publicados no JUV.

No final de cada sessão, os participantes votavam sobre o grau de utilidade do tema que tinham debatido, por voto secreto avaliavam também o conteúdo da conferência, o conferencista e os meios de apoio documental e audiovisual.

De modo a suscitar a salutar discussão de ideias e treinar a capacidade de oratória, tiveram lugar exercícios de debate parlamentar com dez temas diferentes. Os alunos da UV puderam esgrimir argumentos, defender pontos de vista, e combater opiniões contrárias, em simulações de assembleia, onde os grupos desempenharam o papel de governo e de oposição , cumprindo as missões que lhes tinham sido previamente destinadas.

De modo a acompanhar a actualidade doméstica e internacional foi criada uma revista de imprensa nacional e estrangeira, distribuída todas as manhãs.

Na tarde livre, organizou-se uma visita a Castelo de Vide, a bonita localidade que nos tem acolhido. O presidente da Câmara Municipal foi um bom anfitrião, ajudando a descobrir os recantos de uma terra conquistada aos mouros em 1148.

Na Sessão de Abertura o Director Carlos Coelho afirmou: “Que esta universidade possa contribuir para vos trazer mais à participação cívica empenhada, com princípios, com valores e com ética.

Que não se esqueçam que não vivemos sós no mundo, que temos que interagir com os outros, e que a política que fazemos é para as pessoas. Que a vossa relação na política seja sempre a procura de um mundo melhor: seja ao nível da freguesia, do município, do país, da Europa ou do Mundo.

Ao fim e ao cabo, minhas caras amigas e caros amigos, sejam felizes na Universidade de Verão de 2007.”

O Presidente da JSD, Pedro Rodrigues, disse: “É neste momento que eu gostava que aqueles que dizem mal das juventudes partidárias estivessem connosco, é nestes momento em que aquelas que nos atacam de forma fácil passassem esta semana connosco, vissem o rigor, o empenho, a dedicação e o espírito de sacrifício que vocês puseram nesta grande organização que é a Universidade de Verão e este grande momento.”

No encerramento, o Presidente do PSD, Dr. Luís Marques Mendes concluiu: “Aqui chegados, caros amigos, a alternativa é esta, ou nós damos novas oportunidades aos jovens ou perdemos o futuro. Nós acreditamos nos jovens, nós lutamos pelos jovens, nós queremos dar oportunidades aos jovens. Nós sabemos que Portugal só tem futuro se acreditar, se investir e se apostar na energia criadora (…)”

Esta foi a Universidade de Verão 2007, em 2008 continuaremos a fazer mais e melhor pela formação dos jovens quadros do PSD e JSD.

(APLAUSOS)

 
Dep.Carlos Coelho
- Como o João Marques vos disse sejam bem vindos à Universidade de Verão 2008, todos vós e, de forma especial, o Presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro, Dr. Alexandre Relvas (que inaugura com a sua participação nesta Universidade de Verão as suas funções como Presidente do Instituto), o Presidente da JSD, o Pedro Rodrigues a quem agradeço uma vez mais o apoio da JSD, o Secretário-Geral Adjunto Matos Rosa, que é uma alma da organização da Universidade de Verão desde a sua primeira edição. Queria também assinalar a presença do Presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide , que iremos saudar de forma especial no jantar formal de abertura, do Vice- Presidente do Conselho de Administração do Instituto Sá Carneiro, Manuel Lancastre, que foi formador nesta universidade há dois anos; do Presidente da Distrital do PSD de Portalegre, e, do Presidente da Comissão Política de Secção de Castelo de Vide.

Meus caros amigos, estão hoje aqui a iniciar a Universidade de Verão 2008, mas a Universidade de Verão não começou em 2008, começou em 2003. A Universidade de Verão que vocês vão experimentar resultou do esforço da avaliação e da opinião dos vossos colegas desde 2003. Vão reparar que tudo é avaliado nesta Universidade, e os principais avaliadores são vós próprios. Vão fazê-lo ao longo de toda a Universidade, e vão fazê-lo de forma especial no Domingo de manhã. É importante recolher as vossas opiniões para que a Universidade de Verão de 2009 seja ainda melhor do que aquela que vamos fazer em 2008.

Se vocês tivessem vindo em 2003 não teriam tido a Assembleia que vão conhecer no Sábado, não saberiam o que são painéis oponentes, não teriam revistas de imprensa, nunca conheceriam a TVUV, não tinham os trabalhos de grupo com as missões que vão encontrar, a Universidade de Verão era mais curta, e não havia rotação entre os grupos. Estas entre outras inovações resultaram das opiniões expressas pelos vossos colegas nas avaliações sucessivas que fizemos em 2003, em 2004, em 2005, em 2006 e em 2007, e estamos desejosos de ver a avaliação que vocês vão fazer da Universidade de 2008 para melhorar aquela que iremos promover em 2009.

Esta é uma universidade interactiva, vamos solicitar a vossa participação continuada ao longo desta semana. E vão fazê-lo de várias maneiras, mas sobretudo através da internet. Há uma rede, uma intranet, que funciona em wireless aqui no rés-do-chão e no primeiro andar. Poderão aceder através dos computadores que estão lá em cima no primeiro andar numa pool comum, cada grupo de trabalho vai ter um computador, e aqueles de vós que trouxeram os vossos computador, desde que tenham ligação ao wireless poderão aceder directamente à intranet. O endereço é simples e já receberam em envelope fechado os códigos de acesso que vos permitem entrar na vossa zona da intranet. Para aceder à intranet não precisam de código, basta digitar UV2008, mas se quiserem colocar participações assinadas por vós, têm de entrar na vossa zona com o vosso código. A razão é bem simples, é para impedir que alguém mais brincalhão, coloque em vosso nome participações que vocês não desejavam. Assim temos a certeza de que aquilo que colocam na vossa parte do site é rigorosamente aquilo que vocês querem colocar.

A Universidade interactiva tem também um jornal diário - é o JUV. Já têm aí a primeira edição, o nº 0, que é o número das boas vindas, mas todos os dias vai sair um número diferente do JUV. O JUV sai de madrugada, sai às duas da manhã, quem ainda estiver acordado provavelmente vê-lo-á a sair das nossas “rotativas”. Quem já estiver recolhido saberá que o JUV é colocado debaixo das portas dos quartos, e verão de manhã quando acordarem, as notícias dessa edição. Não há enganos, todas as edições do JUV são personalizadas, vocês saberão qual é a vossa cópia porque terá o vosso nome.

O JUV é feito pelo Paulo Colaço, pelo Júlio Pisa, por muitos outros membros da organização mas, sobretudo, é feito por vós, pelas vossas participações. Respondam às entrevistas, participem e vão ter - já falarei mais à frente -, alguns concursos que não são obrigatórios mas em que poderão participar e que ajudam a fazer o JUV com a vossa participação.

Além do mais, neste ano temos uma inovação que resultou da avaliação dos vossos colegas de 2007, que reclamaram a possibilidade dos grupos fazerem uma página. Portanto, vamos sortear hoje à noite, por volta da meia-noite, em que dia é que o vosso grupo vai fazer uma página do JUV. Os vossos conselheiros depois irão ajudar-vos nisso, mas ficam já a saber que há uma função nova, cada grupo de trabalho fará uma página do JUV durante a Universidade de Verão de 2008.

Falei-vos em concursos, os concursos são sobretudo: as “Sugestões”, as “Perguntas” e o “Achei Curioso”. Podem participar nestes três concursos através da intranet usando o vosso código como referi, ou através dos impressos que vos vão ser distribuídos todas as manhãs.

O que são as “Perguntas”? As “Perguntas”, são perguntas escritas. Em cada dia terão oportunidade de fazer duas perguntas (são perguntas curtas) ao convidado do jantar e a alguém que está à distância, que não está aqui em Castelo de Vide e que responderá do sítio onde estiver. São personalidades que nós convidámos, algumas do Partido, outras independentes, para responderem às vossas perguntas. Amanhã de manhã, quando entrarem nesta sala, vão ter dois ou três impressos de perguntas, uma para a Dra. Leonor Beleza, que é a nossa convidada do jantar; e provavelmente, ao Dr. Durão Barroso, que está em Bruxelas, ao Prof. João de Deus Pinheiro, para fazerem uma pergunta a cada personalidade. Não são obrigados a fazer, podem fazer ou podem não fazer. Cada uma das personalidades vão, das vossas perguntas, seleccionar duas. Todas as vossas perguntas serão publicadas na intranet e nas Actas da Universidade de Verão, mas as personalidades só vão escolher duas, porque não temos espaço no JUV para mais. Essas duas terão a resposta das personalidades a quem elas são dirigidas.

A única excepção a esta regra é o Presidente da JSD, o Pedro Rodrigues que fez questão em 2007 e faz questão em 2008, de responder a todas, e não apenas a duas, através da intranet. Provavelmente só duas serão publicadas no JUV, mas todas terão resposta do líder da JSD na intranet da Universidade de Verão, o que acontecerá ao longo de toda a semana.

As “Sugestões” também não são obrigatórias, podem ser assinadas, ou podem ser anónimas, portanto, em branco. As sugestões são-me dirigidas e eu tentarei responder na intranet a todas as sugestões. Aquelas com que concordar tentarei aplicar, o que puder-mos aplicar ainda nesta Universidade fá-lo-emos; aquilo que não pudermos fazer nesta Universidade constituirá sugestão para as próximas edições.

O que são “Sugestões”? São opiniões que vocês vão construir relativamente às questões da organização. Tudo aquilo que se fossem vocês a fazer fariam diferente e fariam melhor; aquilo que acham que pode ser alterado de forma a melhorar a nossa Universidade. São estas sugestões que interessam, são essas que vos convido a apresentar em usando os impressos, ou através da intranet.

O outro concurso é o “Achei curioso”. Durante esta vossa experiência vão achar coisas que não estavam à espera, ficaram surpreendidos, acharam que tinha piada, e portanto, podem no final do dia dizerem: hoje achei curioso isto. Se quiserem participar neste concurso, uma vez mais, ou através do impresso ou através da intranet, dizem o que é que acharam curioso e nós vamos seleccionar dois, três, quatro “achei curiosos” para publicar no jornal da Universidade de Verão.

Atenção aos prazos! Por causa das pessoas que estão lá fora, que vamos ter que contactar à distância, as perguntas todos os dias devem ser recolhidas até à uma da tarde, até às treze horas, para podermos enviar as perguntas para as personalidades, eles escolherem as duas e responderem.

Os “achei curiosos” não têm prazo, podem vir a qualquer hora, mas se quiserem que eles possam ser seleccionados para a edição do JUV dessa noite, devem chegar até às 17h30. Todos os “achei curiosos” que chegarem depois desta hora, serão analisados no dia seguinte com os “achei curiosos” desse dia para efeitos de publicação no JUV.

Falei-vos em participações não obrigatória. A avaliação é uma participação obrigatória. Todos vós terão que avaliar os temas (os temas é a designação que nós damos às aulas). Porque queremos avaliar para melhorar. Vão ser avaliações por voto secreto, e como qualquer voto, anónimo, vocês não assinam essas avaliações. Aquilo que vos pedimos é para serem muito sinceros.

A escala de avaliação é simples, é de 5 a 1: 5 - muito, 4 – bastante, 3 – suficiente, 2 – medíocre, e 1 – mau.

Vamos pedir para avaliarem 9 aspectos: 3 relativamente ao tema, 3 relativamente aos oradores, 3 relativamente à logística.

Nos temas, queremos que avaliem em primeiro lugar, se o tema é importante, e eu pedia-vos para fazerem essa avaliação antes de o ouvirem, porque o tema pode ser mal dado, mas ser importante, portanto, a primeira coisa que nós queremos saber é se na vossa opinião o tema, independente do orador, independentemente de como ele foi transmitido, se é importante ou não, isto é, se deve estar na estrutura temática da Universidade de Verão.

A seguir vamos perguntar-vos se a aula foi interessante. E aí sim, já é uma avaliação de como ele foi transmitido.

E, finalmente, se ele trouxe novidades. O tema pode ter sido muito interessante mas vocês já sabiam tudo; ou pode ter sido pouco interessante mas ter trazido novidades. São perguntas diferentes. Eu pedia-vos para tentarem responder com rigor aos quesitos desta avaliação.

Tal como quanto aos oradores. Vamos pedir que se pronunciem sobre o conhecimento que o orador demonstrou do tema, sobre a forma como ele soube transmitir, se foi um bom professor ou não, se teve capacidade pedagógica e se criou empatia convosco, a pergunta é se vos pôs à vontade.

E sobre a logística, vamos pedir-vos a vossa avaliação sobre os textos de apoio, sobre os meios audiovisuais (filmes ou powerpoints), e sobre o tempo dedicado ao tema, se devia ser mais ou se devia ser menos.

Aqui há uns anos, tivemos uma situação muito curiosa com o Eng. Carlos Pimenta. Ele fez-nos uma intervenção fabulosa e os vossos colegas avaliaram os textos de apoio, mais ou menos a média foi 3, acharam que os textos de apoio não eram muito maus nem eram muito bons, portanto, a média da avaliação nos textos de apoio foi 3. Não haveria nenhum problema se o Eng. Carlos Pimenta tivesse dado textos de apoio, só que ele não deu nenhum papel e, portanto, em bom rigor a avaliação deveria ter sido 1. Não esperem aqui um lastro de simpatia, não é porque o orador foi bom que vamos salgar as outras avaliações. Isto não é para avaliar o orador, é para avaliar os textos de apoio.

Portanto, sejam rigorosos em cada um dos quesitos.

E peço-vos um favor, se não se sentirem seguros de uma avaliação não façam essa avaliação. Prefiro que deixem campos em branco a que façam avaliações irresponsáveis.

A determinada altura da semana vão achar que estão a preencher muitos papéis. Não pensem que isto é um exagero burocrático. A vossa opinião é para nós muito importante, para melhorarmos as próximas edições. Mas só podemos confiar nas vossas avaliações se elas forem feitas com rigor. É isso que vos peço nestas avaliações.

Nos temas, também vos vamos pedir que escrevam o que é que aprenderam, que indiquem três, se não têm três, duas, se não têm duas, uma coisa que aprendam nesse tema; e se acharam que não aprenderam nada de novo, risquem, dobrem e ponham o voto na urna. Mas para nós é muito importante identificar nos conteúdos aquilo que vocês consideram mais importantes, aquilo que vocês consideram que ficou mais na memória, aquilo que consideram que foi mais novidade, aquilo que foi mais apreendido na exposição de cada orador.

E vocês são quadros políticos, não estão fechados num hotel em Castelo de Vide , têm a necessidade e a obrigação de saber o que se passa lá fora, em Portugal, na Europa e no Mundo. Por isso todas as manhãs vão receber uma revista de imprensa, que é feita pelo Tomás Ribeiro que foi um dos melhores alunos da Universidade de Verão de 2006. O Tomás vai fazer a leitura da imprensa nacional mas também a estrangeira, fontes como o Courrier Internacional, o Economist, o El Pais, o Financial Times, o Le Monde, o The Time, a BBC e a CNN vão estar presentes na vossa revista de imprensa diária. E ela também vai ter este ano, pela primeira vez, uma versão em PowerPoint que correrá aqui antes do início da sessão, e na inovação da Universidade de Verão 2008 que é a UVT no canal de vídeo. Todas as manhãs se tiverem tempo e não se levantarem em cima da hora para tomar o duche, para tomar o pequeno almoço, e para estar aqui a horas, se ligarem a vossa televisão vão ver que a UVTV vai apresentar os destaques da imprensa e dois filmes com o que de mais importante aconteceu no dia anterior. É uma inovação que não tivemos nos outros anos e que vocês vão testar, e que também irão avaliar.

Vocês vão reparar que têm muitas regras na vossa pasta de documentação. Há regras para tudo: há regras para os temas, há regras para as assembleias, há regras para os grupos de trabalho, há regras para as conferências. São muitas regras, mas são muito simples e são todas lógicas.

Há no entanto cinco regras principais:

- A primeira é ter vontade. Só está aqui quem quis estar. Quem se candidatou e portanto a vossa primeira regra é ter vontade. Dar o vosso melhor. A única avaliação que me interessa é esta avaliação, do vosso empenho e do vosso interesse numa semana de trabalho e de estudo;

- A segunda regra é querer saber mais. Querer saber mais é uma marca da curiosidade intelectual, a curiosidade intelectual é um sinal de inteligência. Vocês são inteligentes, passaram todos no processo de selecção, o saber mais é a segunda regra da Universidade de Verão;

- A terceira regra é ser pontual. Infelizmente em Portugal esse não é um hábito, eu creio mesmo que a falta de pontualidade é uma das principais razões da falta de competitividade. Em todas as Universidades de Verão temos dado um exemplo ao país, os jovens social-democratas têm marcado pela diferença. Quando dizemos 10h, não é 10h20, não é 10h15, não é 10h10, nem é 10h05, 10h é 10h. Vão ver que na Universidade de Verão tudo é pontual, marcamos às 10h é às 10h, quando dizemos que uma sessão termina às 12h30, termina às 12h30, não há derrapagens, nem na abertura nem no fecho. Tudo é feito a horas. Peço o vosso apoio e o vosso empenho, para uma vez mais nesta Universidade de Verão darmos o exemplo a um país que infelizmente está muitas vezes atrasado;

- A quarta regra é ser solidário. O João já vos disse, a maior parte dos trabalhos de grupo é um elemento essencial da dinâmica da Universidade de Verão. Vocês na vida não estão sós, na Universidade de Verão também não, quero que sejam solidários com os vossos colegas de grupo e com os outros membros da Universidade de Verão no muito trabalho que vão ter pela frente;

- E, finalmente, quinta e última regra, ser construtivo. Ajudem-nos. Ajudem-nos a melhorar esta iniciativa, usem a net, usem os impressos, usem as sugestões, usem o “achei curioso”, falem comigo, falem com os vossos conselheiros, com os avaliadores, ajudem-nos a melhorar esta experiência. Podemos e devemos, nesta semana, aprender uns com os outros.

Quem está cá? Estamos todos nós. E todos nós que cá estamos, vocês participantes, a organização, e vão ver que também todos os nossos convidados a quem pedimos o mesmo exercício revelaram-se através de um retrato falado. O nosso está no “Quem é quem”, que já está nas vossas pastas.

A maior parte de nós não se conhece. Eu já conheço alguns de vós porque li os vossos retratos falados. Nos retratos falados nós partilhamos um pouco do que somos, do que pensamos, do que sentimos. Nesse livrinho que aí têm nas vossas pastas, revelamos e confessamos um pouco do que pensamos e do que somos, e isso constitui desde logo, desde o primeiro momento que estamos aqui, um exercício de partilha e de conhecimento entre nós todos.

Quem está cá? Estão vocês que se candidataram, foram quase 300 candidatos. Seleccionámos estes 100 com base na avaliação dos currículos, com preocupações de equilíbrio etário, regional e entre homens e mulheres, como fizemos, aliás, nas outras universidades, como viram no filme com que abrimos esta sessão.

Não foi fácil, estivemos um dia inteiro a ver currículos, a ver o retrato falado e a avaliar. Não foi uma decisão individual, foi um júri, um júri que tive o privilégio de presidir, mas foi uma decisão colectiva. Como eu presidi ao júri assumo a responsabilidade perante o Dr. Alexandre Relvas, o Presidente do Instituto Sá Carneiro, que é o nosso patrocinador e naturalmente a direcção do partido pelas escolhas que colectivamente fizemos. Podemos ter errado, eu espero que não. Acho que escolhemos os melhores. Acho que aqueles que aqui estão são os melhores dos candidatos. É por isso que ao olharmos para vocês, vemos a nossa selecção nacional. Vão ver que a forma como vos vamos tratar ao longo dessa semana representa isso mesmo, a qualidade dos serviços que pusemos à vossa disposição e a qualidade dos oradores que connosco vão partilhar o esforço formativo durante esta semana.

Na formação vamos seguir um exemplo, um conselho, um conselho que nos vem do século XVI, Montaigne foi um grande professor, um grande pedagogo, foi também um pensador, um ensaísta, um tradutor, um homem político, foi Presidente de Câmara, foi Deputado, foi um homem de Estado. Montaigne disse que o formando não é um recipiente que devemos encher, mas um fogo que é preciso atear.

Vamos seguir este conselho, não vamos tentar encher a vossa cabeça de conceitos. Esperamos que vocês tirem partido das aulas, mas a nossa primeira preocupação não é encher a vossa cabeça de conceitos, a nossa primeira preocupação é sobretudo atear o fogo da vossa intervenção cívica e política.

Uns de vocês têm percurso na JSD e no PSD, outros são independentes; uns de vocês têm passado enquanto dirigentes associativos, outros nunca o fizeram; alguns de vocês são autarcas, outros desejam sê-lo e outros nunca pensaram nisso; muitos estão afastados da intervenção cívica e política. Atear o fogo da participação mais atenta e informada é o nosso objectivo.

Mais uma citação e a última, falando de intervenção cívica, há um espanhol basco que eu gosto muito, é um homem de cultura mas é também um homem de acção corajoso, Fernando Savater, é o rosto do movimento cívico “¡Basta ya!” que se opôs ao terrorismo da ETA no País Basco. Conheci-o em Estrasburgo quando o Parlamento Europeu lhe atribuiu o prémio Sakarov. É o autor do livro que vos recomendo no meu “Quem é quem”, “Ética para um jovem”. Escreveu-o em 97, “se o que nos ofende ou preocupa é irremediável devemos pôr mão à obra, e se o não é torna-se ocioso deplorar porque este mundo não tem Livro de Reclamações”.

Meus caros amigos, este Mundo não tem Livro de Reclamações. E, portanto, se há algo que nos ofende ou preocupa, temos mesmo que meter mãos à obra.

Termino, com uma história que correu na net há três anos. Alguns de vocês já a conhecerão. Eu pedi ao Júlio Pisa que desde 2003 desenha toda a imagem da Universidade de Verão, e é um gráfico excepcional, para ilustrar esta história. É uma história simples. A história de um mendigo invisual numa rua de Paris, ele tem um chapéu esfarrapado e um placard que diz “por favor, ajude-me, sou cego”. Isso não parece condoer aqueles que passam nessa rua parisiense. Até que passa um publicitário, um Júlio Pisa francês, que vê o cego e tem pena dele, e pega no placard do cego vira-o ao contrário e escreve uma frase. E no final do dia o cego tem o chapéu esfarrapado bem mais preenchido do que tinha antes da intervenção do publicitário. No final do dia, com aqueles sentidos reforçados que os cegos têm, apercebeu-se pelos passos que eram os mesmos passos da pessoa que tinha feito alguma coisa, e disse-lhe: Ó amigo, o que é que o senhor fez, que desde que passou por aqui as pessoas passaram a dar-me mais atenção? E o publicitário modesto disse: Não fiz nada, escrevi o mesmo que você tinha escrito mas de uma outra maneira. O publicitário escreveu “É Primavera em Paris, mas eu não posso vê-la”.

E com isto meus caros amigos termino com três lições breves:

- A primeira, é que na vida como na política não basta ter razão, é necessário transmiti-la.

- A segunda, é que na política como na vida nem tudo é só razão, há também emoção.

- E a terceira, é retirada de uma liberal inglesa, Shirley Williams, que escreveu um livro há trinta anos, chamado “A política é para as pessoas”. Não tenham dúvidas, a política é mesmo para as pessoas.

Que esta Universidade de Verão contribua para vos convocar mais para a intervenção política e cívica qualificada, que nunca esqueçam que o que verdadeiramente interessa são as pessoas: o seu bem-estar, a sua segurança, o seu progresso, a sua felicidade. E que recordem na forma de fazer política, a máxima de Francisco Sá Carneiro, que dizia que “A política sem risco é uma chatice, mas sem ética é uma vergonha”.

Ao fim e ao cabo que sejam felizes na Universidade de 2008, e que trabalhem muito.

Muito obrigado.

(APALUSOS)

 
Dr.Pedro Rodrigues
- Excelentíssimo Senhor Presidente do Instituto Sá Carneiro, Magnífico Reitor da Universidade de Verão 2008, Excelentíssimo Senhor Presidente da Câmara de Castelo de Vide, que sempre nos acolhe com enorme simpatia, Senhor Presidente da Distrital de Portalegre do PSD, Senhor Presidente da Concelhia do PSD, Caros amigos sejam bem vindos à Universidade de Verão 2008, mas permitam-me também que lhes dê os parabéns por terem sido seleccionados para a verdadeira selecção nacional da JSD e do PSD. Foram escolhidos por mérito próprio, foram escolhidos porque mostraram ter predicados para aqui estar, foram escolhidos porque confiámos em vocês, mas foram escolhidos porque também queremos que assumam novas responsabilidades.

Vão ter uma semana de grande trabalho, uma semana em que vão ter oportunidade de discutir com o que há de melhor em Portugal, nas mais diversas áreas de actuação em Portugal.

E isso é um privilégio para vocês. É um privilégio poderem ouvir o que vão ouvir, discutir as matérias que vos vamos propor e interagir com os oradores que convidámos e que aceitaram simpaticamente estar connosco. Mas também terão uma grande oportunidade de conhecer novos amigos, fazerem novas companhias e novas amizades e de interagir com a JSD e com o PSD. Vocês, no fundo, passam a fazer parte da grande família que é a Universidade de Verão. Mas passam também (alguns de vocês já fazem) parte da grande família que é a JSD

Por isso quero-vos desejar felicidades nesta semana. Não vos vou mentir, vão ter muito trabalho, mas valerá a pena. Terão a oportunidade de conhecer novas pessoas, mas quero-vos também passar uma última mensagem: o PSD e a JSD, o Instituto Sá Carneiro têm investido muito na formação política. Para a JSD formação política é a nossa prioridade fundamental. É fundamental a renovação dos quadros políticos mas com qualidade, renovar não significa trocar mais velhos por mais novos; renovar significa trazer gente que quer aprender, gente que tem princípios, gente que é séria e gente que sabe do que fala e do que está a fazer.

E por isso temos apostado muito na formação política: na Universidade de Verão mas também na Universidade do Poder Local, na Universidade da Europa, e noutros eventos de formação política que se vão fazendo por todo o país, com a organização da JSD e com a organização do PSD também.

E isso significa que vocês a partir do momento em que têm o privilégio, porque é um privilégio, de estar na Universidade de Verão, tem também responsabilidades, responsabilidades de intervenção cívica e de intervenção política.

Nós esperamos muito de todos vocês esta semana, mas quero-vos já alertar que esperamos muito de vocês também no futuro, no futuro próximo. Estamos a formar-vos porque queremos ter gente atenta, gente qualificada, gente que sabe do que fala e gente que sabe o que faz.

E por isso, peço-vos que aproveitam bem esta oportunidade, esta semana de trabalho e esta semana também de convívio, mas façam-no com o horizonte de que serão a partir do momento em que terminar esta formação, agentes políticos activos da JSD e do PSD. Conto muito convosco, com todos vocês, esta semana mas também no futuro.

Obrigado por se terem candidatado, parabéns por terem sido seleccionados e, espero, como diz o nosso Magnífico Reitor: sejam muitos felizes esta semana na Universidade de Verão de 2008.

Muitos parabéns e bom trabalho.

(APLAUSOS)

 
Dr.Alexandre Relvas
- Meus amigos, eu começo também por vos dar as boas vindas, e por expressar o desejo de que esta semana corresponda às vossas expectativas. Junto as minhas palavras ao Carlos Coelho para vos desejar uma semana feliz, como aqui foi dito.

Quero também aproveitar para agradecer publicamente, em nome do Instituto Francisco Sá Carneiro a todos os conferencistas, a disponibilidade para estarem presentes nesta 6ª edição da Universidade de Verão. Este ano foi uma vez mais possível reunir um conjunto de personalidades que garantem um programa de grande qualidade.

Quero ainda felicitar a organização. A JSD e todos os que deram o seu contributo.

Quero dar uma palavra muito especial para o Carlos Coelho , que é a alma da Universidade de Verão, e que tem tido ao longo dos anos uma intervenção de enorme relevância em vários domínios da formação política, desde os seus tempos da JSD.

A Universidade de Verão Francisco Sá Carneiro não é apenas um caso de sucesso, como aqui foi referido, é hoje claramente a mais prestigiada iniciativa de formação política para jovens em Portugal.

A vossa presença nesta Universidade de Verão significa um elevado interesse pela vida económica e social e pela actividade política, que não queria deixar de sublinhar. A política na sua dimensão de serviço à comunidade, é sem dúvida uma das actividades mais nobres e interessantes que se podem desenvolver.

Sendo a qualidade da classe política decisiva para o futuro de qualquer país, é fundamental que reúna alguns dos melhores. Daí a importância de sensibilizar e mobilizar a juventude para a política com iniciativas como esta – a Universidade de verão.

Atendendo ao vosso interesse pela vida económica e social, não quero deixar de aproveitar esta iniciativa para vos sensibilizar para aquele que é seguramente um dos maiores desafios do nosso tempo em Portugal: a igualdade de oportunidades.

É fundamental colocarmos a igualdade de oportunidades na primeira linha do debate político e das prioridades nacionais. É fundamental que se discuta mais os sucessos do país, em termos de igualdade de oportunidades, do que em termos do controle das contas publicas ou de infra-estruturas e auto-estradas construídas, por exemplo.

Quantas vezes, nos últimos anos, se discutiu a evolução do país em termos de igualdade de oportunidades, apesar desta ser uma das bases essenciais dum país em que se valorize a justiça social.

Vocês correspondem a um segmento privilegiado da sociedade portuguesa. Por mérito próprio, pelo esforço das vossas famílias, pela qualidade das instituições em que estudaram, vocês estão hoje na universidade e em breve estarão à procura do primeiro emprego. Não foram provavelmente afectados pela brutal pobreza infantil que ainda hoje atinge 16% das crianças portuguesas. Esta realidade irá seguramente determinar-lhes a vida, limitando as oportunidades de realização do seu potencial.

Não podem também ignorar que cerca de metade dos vossos colegas não terminou o 12º ano, e que 2 em cada 5 abandonaram os estudos com o 9º ano ou menos. Esses vossos colegas terão uma vida fortemente marcada por esta realidade e não terão, muito provavelmente, a oportunidade de realizar as suas capacidades e aspirações.

Do ponto de vista profissional esses jovens iniciam a vida de trabalho sem preparação técnica, estando condenados na sua maioria a serem, pelo menos durante um período de tempo, trabalhadores indiferenciados.

 Não deverão ser poucos os casos de marginalidade social que tem origem na difícil situação para que a sociedade atira estes jovens, que são no sentido real das palavras: gente sem vez nem voz.

A organização e qualidade do ensino secundário estão hoje, claramente entre as mais significativas limitações à igualdade de oportunidades em Portugal.

A situação relativamente ao primeiro emprego, uma das próximas etapas da vossa vida, constitui também uma limitação à igualdade de oportunidades. A taxa nacional de desemprego é de 7,3%. A taxa de desemprego dos jovens até aos 24 anos é de 14,3%, quase o dobro da taxa nacional. A taxa de desemprego dos jovens com menos de 34 anos de licenciados (Lado B) é 17,4%. Há 72.000 desempregados com menos de 24 anos, e 190.000 com menos de 34 anos.

Para fazer face a esta realidade a sociedade portuguesa não tem hoje respostas que garantam à generalidade dos jovens a entrada na vida profissional. Esta é seguramente uma área em que valeria a pena investir.

Para além da ausência de políticas activas com impacto estrutural, prevalece actualmente no nosso país, uma perspectiva do mercado e da legislação de trabalho que prejudica profundamente as novas gerações.

Falando em igualdade de oportunidades não se pode hoje em Portugal deixar de fazer referência à equidade e justiça entre gerações. A vossa geração, as gerações futuras não deviam ser prejudicadas pelos erros e incapacidades da actual, em termos económicos, sociais ou ambientais. Será justo que vos entreguem um país que não soube preparar em termos educacionais as futuras gerações; que não soube adaptar a economia aos tempos actuais, e que ano após ano empobrece em termos relativos; um país que não tem coragem para repensar as funções do Estado; que não é exigente em termos de ordenamento, destruindo sistematicamente o património ambiental; um país que não é rigoroso na avaliação dos investimentos em infra-estruturas públicas, e que não se preocupa que a sua execução deixe um peso insuportável de financiamento a pagar no futuro.

Esta é uma situação inaceitável. É fundamental em Portugal garantir um novo contrato entre gerações. Esta é uma realidade que as novas gerações, vocês, têm de exigir que seja discutida e repensada, e que tem de passar a fazer parte da agenda política nacional.

Seria, aliás, interessante que todos os anos se discutisse e se publicasse, como anexo ao Orçamento de Estado, as contas geracionais, partindo de metodologias que vêm sendo discutidas internacionalmente dando uma ideia clara dos compromissos para o futuro.

Não nos orgulhamos, seguramente, das estatísticas apresentadas. Portugal não é nos domínios referidos o país que gostaríamos que fosse, mas a realidade é o que é: o país do espectáculo e propaganda do governo, não corresponde muitas vezes ao país real.

Estes indicadores envergonham-nos como país, e só permitem uma conclusão: não se dá em Portugal suficiente atenção aos jovens. Portugal é um país que trata mal os seus filhos.

De referir também que estas questões têm sido persistentes, temos hoje os mesmos problemas que tínhamos há dez anos. Mesmo aqueles em que se evoluiu não se tem feito o suficiente, é o caso do número dos estudantes que terminam o ensino secundário. Para vos dar alguns números, em 2000 eram 43%, hoje são 53%. Na Europa dos 27 são 78% contra os nossos 53%. A este ritmo levaremos quase 20 anos a igualar a Europa. Apesar das excessivas paixões pela educação, os resultados das políticas seguidas são insuficientes. Evoluímos ligeiramente, é um facto, em relação ao passado, mas estamos longe, muito longe dos melhores.

Este é aliás um excelente exemplo para evidenciar que é tempo dum novo tempo em Portugal, neste como noutros domínios da vida económica e social é possível fazer mais e melhor. A nossa situação actual não é uma fatalidade. Temos de ter a coragem de ter os melhores como referência. Ser tão bom como os melhores deve ser a nossa ambição como país. Temos de ser audaciosos e exigentes, temos de fazer o necessário e não apenas o possível.

Não queremos certamente, daqui a 5 ou 10 anos olhar para trás, e ficar de novo com o sentimento que temos hoje, que é enorme a diferença entre o que se poderia ter feito e o que se fez.

É com este espírito que o Instituto Francisco Sá Carneiro irá intervir como centro de reflexão política. Integro uma equipa, como aqui foi referido, que tem vindo a dirigir o Instituto desde o início de Agosto, sendo nosso objectivo apresentar um programa de actividades em Outubro. Como centro de reflexão vamos contribuir para a consolidação de uma alternativa política, propondo novas respostas para os desafios que se colocam à sociedade portuguesa.

Vamos promover um debate programático, reflectindo não só sobre os desafios que o país enfrenta, mas também sobre os desafios que as comunidades em que vivemos o dia a dia, enfrentam, em particular as cidades, que determinam profundamente a nossa qualidade de vida.

Iremos analisar as grandes tendências de evolução social e económica e o seu impacto, identificar as grandes preocupações e expectativas dos portugueses, analisar as capacidades e limitações de Portugal para responder aos desafios actuais e futuros, e apresentar propostas de prioridades e políticas públicas.

Sobre as cidades queremos dar a conhecer as experiências das autarquias portuguesas com projectos de vanguarda nas áreas do ordenamento, da habitação, dos transportes, das infra-estruturas, da área social, económica, ambiental e cultural. Queremos igualmente dar a conhecer as experiências de projectos internacionais de referência nos mesmos domínios.

Iremos ainda recolher propostas nas áreas económica, social, cultural e ambiental de organizações da sociedade civil e do meio académico.

Vamos promover também um debate ideológico, acreditamos numa nova narrativa e em novas ideias para responder às grandes questões do nosso tempo. E pensamos que é fundamental reafirmar as nossas diferenças em relação ao pensamento socialista. Queremos fazê-lo numa lógica nova, aberta, participativa e em rede. A Internet será o nosso instrumento fundamental de intervenção. A nossa sede será de facto o site do Instituto. Vamos convidar todos os portugueses que desejam contribuir para esta dinâmica de mudança a dar a sua colaboração, a disponibilizar a sua inteligência e conhecimento. Tanto quanto as propostas que apresentaremos, valorizamos o debate, a análise, a reflexão, que permitirão a sua construção.

O Instituto Francisco Sá Carneiro será um Fórum livre, promotor da liberdade de pensamento, participado por pessoas livres, contrastando profundamente com a lógica de comando e controle protagonizada pelos governantes actuais que, de forma sistemática, procuram impor um pensamento único e uma reverência total em relação às suas decisões.

Nas tarefas de reflexão a levar a efeito pretendemos envolver prioritariamente as novas gerações, que irão assumir de forma crescente, novas responsabilidades económicas e sociais. Valorizamos a sua opinião que deve ter uma influência decisiva no futuro de Portugal.

Convido-vos por isso a manter a ligação ao Instituto Francisco Sá Carneiro após finalizarem esta semana de trabalho na Universidade de Verão, através do site que lançaremos em breve, dos encontros e conferências que organizaremos. Serão sempre bem vindos.

Uma boa semana de trabalho.

(APLAUSOS)

 
Duarte Marques
- Muito boa tarde a todos. Normalmente, no final da sessão de abertura, aproveitamos para vos apresentar cinco pessoas que vão ser muito importantes ao longo desta semana. Não sei se já ouviram falar são os conselheiros. Destas pessoas que eu vou passar a chamar de seguida vão receber os estandartes, vocês mais tarde chamarão bonecos, mas formalmente são estandartes, e que irão marcar a vossa presença enquanto grupo. É à volta do estandarte que vocês se deverão unir e olhar como sinónimo de referência no início, porque no final imagino que se vão identificar todos uns com os outros.

Por exemplo, nos jantares da Universidade, (hoje é uma excepção e que vão poder jantar com quem quiserem) durante o resto da semana vão ter que jantar com os vossos colegas de grupo, e esse estandarte vai ficar na mesa que vos vai receber, por isso amanhã, à hora de jantar onde virem o estandarte vão-se sentar que essa é a vossa mesa. Há uma lógica que vocês vão perceber depois, há um grupo que vai ficar na presidência do jantar e também lá estará um boneco, ou seja, um estandarte formalmente, que vos chamará para lá.

As cinco pessoas que vos vão acompanhar são os conselheiros que vão receber das mãos do nosso Secretário-Geral Adjunto, José Matos Rosa , pelo sexto ano consecutivo, os estandartes do vosso respectivo grupo.

Eu vou chamar em primeiro lugar o João Marques que vai ser o conselheiro do Grupo Amarelo e do Grupo Encarnado, que é a primeira vez que é conselheiro.

O Grupo Azul e Rosa, terão a sorte de ter como conselheiro o companheiro Nuno Matias, que foi aluno em 2006 e conselheiro o ano passado (Ele não devia vir com gravata verde, mas foi um lapso, não reparámos). (Risos)

O Grupo Castanho e Laranja têm como conselheira a Joana Barata Lopes, que foi aluna há dois anos e o ano passado também foi conselheira.

Os Grupos Roxo e Verde terão como conselheiro o Jorge Varela, que também foi conselheiro o ano passado e um dos melhores alunos de 2006.

E para terminar, uma já quase veterana, desde 2003, que é a Ana Zita Gomes, que já foi conselheira, já foi avaliadora, já foi Secretário-Geral da J, Presidente do Congresso da J, e que agora vai entrar novamente no palco para receber o Grupo Bege e Cinzento.

Estes são os cinco conselheiros que vos vão apoiar. Por isso como dizia há pouco o João Marques , usem e abusem mas só deles (Risos), e estejam ao dispor, nós estamos todos aos dispor, mas a vossa ligação com a direcção da organização e com o resto do grupo da organização, será normalmente através dos conselheiros.

Usem e abusem deles, aproveito para recordar que o jantar é às oito horas, lá em cima no primeiro andar, e contará com a presença do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide , a quem faremos um brinde muito especial, e com o Presidente do PSD Açores e futuro Presidente do Governo Regional dos Açores, Dr. Carlos Costa Neves.

Obrigado.

(APLAUSOS)

 

 

 

 
10.00 - Avaliação da UNIV 2008
12.00 Sessão de Encerramento da UNIV